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1.    Como estão sendo os preparativos logísticos para os Jogos de Paris?

Quanto aos preparativos estamos em dia em relação ao cronograma e às previsões. Temos ainda trabalho pela frente, obviamente, mas estamos no caminho certo.

Estamos a continuar a preparação em várias áreas logísticas e operacionais, tal como acreditações nos Jogos, viagens, estágio de preparação, por exemplo. Estamos em contacto e coordenação permanente com o Comité de Organização para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, o Comité Olímpico Internacional, os nossos parceiros nacionais, privados e públicos, para garantir que tudo esteja a postos para a delegação olímpica em Paris.

No meio disto tudo, continuamos o nosso acompanhamento dos atletas em fase de preparação e qualificação.

Estamos a criar as condições para que Cabo Verde tenha a sua melhor participação de sempre nos Jogos Olímpicos.

2.    Quanto aos bolseiros, como tem sido o acompanhamento do COC?

Além da bolsa de preparação em si, o Comité Olímpico Cabo-verdiano desenvolveu para o ciclo olímpico de Paris 2024, o programa YouFirst24, em colaboração com a SportsEmbassy em Portugal. Este programa visa proporcionar aos atletas bolseiros um acompanhamento personalizado e especializado em cinco áreas das suas carreiras (psicologia, medicina desportiva, performance, nutrição e carreira dual), em função das necessidades de cada um. Tem sido um sucesso e uma aprendizagem, tanto para nós no COC como para a instituição parceira e os atletas. O programa vai melhorando com o tempo, a medida em que o ajustamos para melhor responder às necessidades reais dos atletas.

Além disto, os atletas bolseiros sabem que podem contactar o COC em qualquer momento para esclarecer dúvidas, facilitar alguns contactos/procedimentos ou partilhar informações quanto aos Jogos de Paris 2024 desde que seja no nosso alcance.

Realço ainda que o Comité engajou apoios especiais para os eventos com quotas de qualificação direta para os Jogos Olímpicos. O COC assume nestes eventos as despesas de viagem, alojamento e alimentação dos atletas bolseiros e respetivos treinadores para participarem nestas competições. Quatro modalidades estão interessadas (boxe, esgrima, ginástica e taekwondo), e foram assinados memorandos de entendimento no ano passado com as respetivas Federações Nacionais para enquadrar estes apoios.

3.    Quantos atletas poderemos esperar para Paris?

A grande maioria dos atletas do mundo inteiro estão ainda em fase de qualificação. Os prazos limites estão a aproximar. Cabo Verde é um país elegível para as quotas de universalidade nos Jogos Olímpicos, pelo que devemos ter atletas nas modalidades de natação e atletismo. Temos chances de qualificação importantes no judo feminino também. Do resto, os atletas de outras modalidades continuam a lutar no seu dia a dia neste caminho difícil para garantir esta qualificação: no dia de hoje, podemos mencionar boxe, esgrima, ginástica rítmica, luta livre, taekwondo, voleibol de praia, com chances mais ou menos altas.

No total, as expectativas mais razoáveis e realistas são entre 4 e 6 atletas em Paris.

4.    Haverá um estágio de preparação na França. O que está planeado para a época e como se chegou neste protocolo com a cidade Francesa de Parthenay?

Pela primeira vez na história, vamos organizar um estágio de preparação e aclimatação antes dos Jogos Olímpicos com a delegação no próprio pais onde os Jogos vão ser organizados.

O plano é chegar lá mais ou menos duas semanas antes da abertura dos Jogos com toda a delegação, para se aclimatarem e finalizarem a sua preparação física, mental i técnica junto com os seus treinadores e os técnicos da delegação. Escolhemos uma cidade pequena, com capacidades alinhadas com as necessidades da nossa delegação. A cidade de Parthenay tem a certificação Terre de Jeux 2024 para ser centro de preparação oficial para os Jogos de Paris 2024, portanto reúne as condições necessárias para uma boa preparação dos atletas. Além disto, há muita espera e expectativa no território e população – estão ansiosos por receber uma delegação estrangeira e já começaram a promover e valorizar Cabo Verde em diversos aspetos desde há vários meses. É e vai ser certamente um grande exemplo de cooperação desportiva e cultural.

O nosso orgulho é que esta cooperação nasceu da diáspora cabo-verdiana em França. São Cabo-verdianos residentes em França que criaram esta ligação entre Parthenay, o COC e o COPAC em 2022, e após alguns encontros e visitas de avaliação, resolvemos formalizar um acordo de cooperação em setembro de 2022. Este papel da diáspora nesta colaboração ilustra um dos objetivos da missão olímpica e paralímpica de Cabo Verde em Paris 2024, onde a comunidade nacional é grande e influente.

5.    A menos de 4 meses para Paris, o que podemos esperar da cidade durante os Jogos?

França é um dos países mais bem preparados do mundo para receber e organizar competições desportivas de grande envergadura, e para receber turistas/visitantes do mundo inteiro. Paris é a cidade mais visitada do mundo, portanto há uma cultura e uma expertise local neste sentido. Além disto, a última vez que Paris recebeu os Jogos Olímpicos de verão foi 1924, cem anos atrás – era quase uma anomalia para França, país do fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Há uma expectativa da população, e o espírito olímpico está a chegar e subir aos poucos – todos os nossos parceiros e colaboradores em França confirmam isto.

Dito isto, os Jogos sempre trazem vários desafios logísticos (em particular a nível do transporte), ambientais, sociais que não podemos ignorar. A nível desportivo, França organizou grandes eventos nos últimos meses como ensaios gerais antes do grande espetáculo este verão. Houve certas falhas, que devem servir para aprender e corrigir. A nível social e no geral, os Jogos nunca são consensuais e geram protestos, controversas – é compreensível e tem de ser considerado com a maior atenção. Acredito que é saudável para que os Jogos continuem a ser um evento de vanguarda e inovação a nível desportivo e não só no futuro.

6.    As instalações desportivas serão na sua maioria reutilizáveis e realocadas para outros espaços. Pensa que a organização tem feito um trabalho inovador e quais pontos gostaria de realçar sobre isso?

Acredito que sim. Mais uma vez, é claro que organizar os Jogos Olímpicos tem custos financeiros e impacto ambiental importantes. Seria absurdo negar isto, e é obvio que todos os esforços devem ser desenvolvidos para organizar Jogos sempre mais responsáveis, sustentáveis, aceitáveis socialmente e ambientalmente. Eu penso que os Jogos devem servir de plataforma e de montra para inovar, experimentar novos caminhos mais sustentáveis para o futuro. É um dos raros momentos em que a humanidade e os países todos se juntam em torno de valores comuns de paz, respeito, superação e competição saudável. É algo a estimar, valorizar e defender no mundo de hoje, e que justifica o investimento na minha opinião. Só o desporto consegue fazer isto.

Em Paris, de facto, quase a totalidade das infraestruturas desportivas eram já existentes, ou são temporárias (e/ou reutilizadas depois dos Jogos). As políticas dentro da Vila Olímpica a nível de alimentação, reciclagem ou energia (ar condicionado, etc.) foram pensadas e implementadas

7.    Quais as expectativas para o Team Cabo Verde nestes Jogos?

A nível dos resultados desportivos esperados, faremos um balanço das expectativas reais quando teremos garantias quanto aos atletas qualificados. Além dos números e dos resultados, estamos a trabalhar todos os dias para que os atletas que vão se qualificar estejam bem preparados, focados e confiantes para competir ao mais alto nível. Isto é um aspeto extremamente importante para tirar o melhor proveito da competição.

Além disto, acreditamos que Paris 2024 vai ser para o Team Cabo Verde uma edição onde vamos desenvolver excelentes condições para os atletas e a delegação nacional, e promovê-los com os mais altos padrões de comunicação. Vai ser também uma edição onde vamos conseguir valorizar e envolver a diáspora como nunca foi feito antes.

Por fim, e é um aspeto essencial, vamos zelar para que todos os atletas e todos os membros da delegação representem o país e a bandeira de forma exemplar, deem uma imagem positiva do desporto nacional e inspirem os jovens com muito orgulho, superação e luta, força de vontade, fair-play e respeito. São os valores do Movimento Olímpico, a razão de ser deste evento e do nosso trabalho, e sempre deve ser uma prioridade absoluta.

Os Jogos Olímpicos de Paris irão fechar o ciclo Olímpico de 2024, com a participação de 200 Comités Olímpicos Nacionais, incluindo Cabo Verde, de 26 de julho a 12 de agosto.

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